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Outorga onerosa do direito de construir: o que é e como funciona

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A outorga onerosa do direito de construir é um mecanismo urbanístico importante que permite que os proprietários de terrenos urbanos adquiram, mediante pagamento, o direito de construir além dos limites estabelecidos pelo coeficiente básico de aproveitamento. Este instrumento visa equilibrar os interesses públicos e privados, incentivando um desenvolvimento urbano sustentável e ordenado.

Embora seja um tema técnico, entender a outorga onerosa é fundamental para proprietários, construtoras e gestores públicos. Esse mecanismo é regido principalmente pela legislação municipal e varia de cidade para cidade, tornando essencial o conhecimento das regras locais.

Você já se perguntou como é possível construir mais em determinados terrenos urbanos? Ou qual a lógica por trás dos pagamentos exigidos para essas construções adicionais?

A outorga onerosa do direito de construir oferece respostas para essas perguntas e desempenha um papel crucial no planejamento urbano.

Neste artigo, exploraremos o que é a outorga onerosa do direito de construir, seus conceitos chave, seu impacto no planejamento urbano sustentável e como ela funciona na prática.

Continue lendo este artigo que a MMF Advogados preparou para você.

O que é a outorga onerosa do direito de construir?

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O que é a outorga onerosa do direito de construir?

A outorga onerosa do direito de construir é um instrumento jurídico que permite ao proprietário de um terreno construir além do coeficiente de aproveitamento básico definido pelo plano diretor municipal, mediante pagamento de uma contrapartida financeira ao município.

Esse pagamento é utilizado para financiar melhorias urbanas e infraestruturais.

Exemplo de outorga onerosa do direito de construir

Imagine um terreno onde o coeficiente de aproveitamento básico permite a construção de um prédio com até quatro andares. Com a outorga onerosa, o proprietário pode adquirir o direito de construir até seis andares, pagando uma taxa ao município.

Esse valor é calculado com base em parâmetros específicos definidos na legislação municipal.

Este exemplo ajuda a ilustrar como a outorga onerosa pode viabilizar projetos de maior porte, proporcionando benefícios econômicos e sociais tanto para o proprietário quanto para a comunidade.

As regras e os valores cobrados podem variar significativamente entre os municípios, de acordo com suas necessidades específicas de desenvolvimento urbano e políticas locais.

Por isso, é essencial que os interessados consultem a legislação municipal vigente e busquem orientação especializada para entender as particularidades de cada localidade.

Leia também: Regularização de imóveis: quando fazer e como funciona

Conceitos importantes para a compreensão da outorga onerosa do direito de construir

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Conceitos importantes para a compreensão da outorga onerosa do direito de construir.

Para entender plenamente a outorga onerosa do direito de construir, é essencial familiarizar-se com alguns conceitos chave:

O que é Estatuto da Cidade?

O Estatuto da Cidade é a lei federal que regulamenta a política urbana no Brasil e  estabelece diretrizes gerais para o desenvolvimento urbano sustentável. Ele define a outorga onerosa do direito de construir como um dos instrumentos para alcançar esse objetivo.

Criado em 2001, o Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257) visa promover o desenvolvimento urbano ordenado, combater a especulação imobiliária e garantir a função social da propriedade.

Entre seus principais objetivos, destacam-se a regularização fundiária, a promoção de habitação de interesse social e a democratização do acesso à terra urbana.

O que é Plano Diretor?

O Plano Diretor é a principal ferramenta de planejamento urbano de um município. Ele deve ser elaborado com a participação da sociedade e revisado periodicamente para se adequar às mudanças e necessidades da cidade.

Sua principal função é estabelecer diretrizes para o uso e ocupação do solo, promovendo o crescimento ordenado e sustentável das áreas urbanas.

Ele define, entre outras coisas, os coeficientes de aproveitamento dos terrenos urbanos, que podem ser alterados mediante a outorga onerosa.

O Plano Diretor de uma cidade pode, por exemplo, definir que determinadas áreas devem ser reservadas para habitação de interesse social, enquanto outras podem ser destinadas a atividades comerciais ou industriais.

As diretrizes estabelecidas no Plano Diretor são fundamentais para garantir que o desenvolvimento urbano ocorra de maneira equilibrada, respeitando as características ambientais, culturais e sociais de cada região.

O que é coeficiente de aproveitamento?

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O que é coeficiente de aproveitamento?

O coeficiente de aproveitamento é um índice que determina a área máxima que pode ser construída em um terreno. O coeficiente básico é o limite inicial, que pode ser ampliado com o pagamento da outorga onerosa.

Este coeficiente é calculado com base na área do terreno e nos parâmetros estabelecidos pelo Plano Diretor do município.

Se o coeficiente de aproveitamento de um terreno é 2, por exemplo, significa que é possível construir uma área total de até duas vezes a área do terreno.

Coeficientes máximos

Além do coeficiente básico, os municípios podem estabelecer coeficientes máximos, que são os limites superiores de construção permitidos mediante o pagamento da outorga onerosa.

Esses coeficientes são definidos considerando diversos fatores, como a infraestrutura disponível, a capacidade de suporte do solo, as características da área e as políticas de desenvolvimento urbano do município.

Papel da outorga onerosa do direito de construir no planejamento sustentável das cidades

A outorga onerosa desempenha um papel vital no planejamento urbano sustentável, pois permite que as cidades cresçam de maneira ordenada e financiada.

Os recursos obtidos por este mecanismo são frequentemente investidos em infraestrutura, habitação social e outras melhorias urbanas que beneficiam toda a população.

Dessa forma, ela contribui para a criação de cidades mais justas e equilibradas, onde o desenvolvimento é compatível com a preservação ambiental e a inclusão social.

Além disso, a outorga onerosa incentiva a densificação urbana, evitando a expansão desordenada e a ocupação de áreas periféricas sem infraestrutura adequada.

Assim, este instrumento ajuda a reduzir os custos de implantação e manutenção de infraestrutura, como redes de água e esgoto, energia elétrica, transporte público e equipamentos urbanos.

Ao exigir uma contrapartida financeira dos proprietários que desejam construir além dos limites estabelecidos, esse mecanismo garante que o aumento do potencial construtivo seja compensado por investimentos que beneficiem a coletividade.

Dessa forma, a outorga onerosa promove um desenvolvimento urbano mais equitativo e democrático, onde os benefícios e os custos são compartilhados de maneira justa.

Leia também: Incorporação imobiliária: quais são os envolvidos e etapas

Quantos por cento do terreno pode ser construído?

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Outorga onerosa do direito de construir.

A porcentagem de construção permitida em um terreno é definida pelo coeficiente de aproveitamento estabelecido no Plano Diretor do município. Esse coeficiente pode ser aumentado com a outorga onerosa, permitindo uma maior densidade construtiva em áreas específicas.

Por exemplo, em um terreno de 1000 metros quadrados, se o coeficiente de aproveitamento é 1, pode-se construir até 1000 metros quadrados de área construída.

Com a outorga onerosa, esse coeficiente pode ser elevado, permitindo a construção de uma área maior, conforme as regras estabelecidas pelo município.

A definição dos coeficientes de aproveitamento leva em conta fatores como a infraestrutura existente, a capacidade de suporte do solo, a preservação ambiental e as diretrizes de desenvolvimento urbano estabelecidas no Plano Diretor.

Estes coeficientes variam de acordo com as características de cada área, sendo mais elevados em regiões centrais e com infraestrutura consolidada, e mais baixos em áreas periféricas e de menor densidade populacional.

Como funciona a outorga onerosa do direito de construir?

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Como funciona a outorga onerosa do direito de construir?

Quando se deve pagar por outorga onerosa do direito de construir?

O pagamento da outorga onerosa é necessário quando o proprietário deseja construir além do coeficiente básico de aproveitamento. Este pagamento deve ser feito antes do início da construção adicional.

As legislações municipais definem os procedimentos e os prazos para o pagamento da outorga onerosa, bem como os documentos necessários para a solicitação.

Geralmente, o proprietário deve apresentar um projeto de construção detalhado, incluindo os cálculos do coeficiente de aproveitamento e da área adicional a ser construída.

Leia também: Lei de parcelamento do solo: modalidades da Lei 6766 e aplicação

Quem deve solicitar a outorga?

A solicitação da outorga onerosa deve ser feita pelo proprietário do terreno ou pelo responsável pelo projeto de construção. É necessário seguir os procedimentos estabelecidos pela legislação municipal, que podem incluir a apresentação de projetos e cálculos específicos.

Em alguns casos, pode ser necessário obter a aprovação de órgãos de planejamento urbano ou de meio ambiente, dependendo das características e do impacto do projeto.

Além disso, é recomendável que o proprietário ou responsável pelo projeto conte com a assessoria de profissionais especializados para garantir que todos os requisitos legais e técnicos sejam cumpridos.

A correta elaboração e apresentação dos documentos podem agilizar o processo de aprovação e evitar problemas futuros, como multas ou embargos à construção.

Como calcular o valor do metro quadrado na outorga onerosa do direito de construir?

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Como calcular o valor do metro quadrado na outorga onerosa do direito de construir?

O valor da outorga onerosa é calculado com base em parâmetros como a área adicional a ser construída, a localização do terreno e os valores estabelecidos pela legislação municipal. Esses cálculos podem ser complexos e geralmente exigem a ajuda de um profissional especializado.

Em geral, o valor é determinado pela multiplicação da área adicional pelo valor unitário definido pelo município, que pode variar de acordo com a localização e as características do terreno.

Além disso, alguns municípios estabelecem fórmulas específicas para o cálculo da outorga onerosa, levando em consideração fatores como a valorização imobiliária, a demanda por infraestrutura e os objetivos de desenvolvimento urbano.

Por isso, é fundamental que os proprietários e construtores consultem a legislação municipal e busquem orientação especializada para garantir o correto cálculo e pagamento da outorga onerosa.

Importância do acompanhamento de assessoria jurídica imobiliária na hora de construir

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Assessoria jurídica imobiliária.

Contar com a assessoria de advogados especializados em direito imobiliário é fundamental para garantir que todos os procedimentos relacionados à outorga onerosa sejam seguidos corretamente.

Uma assessoria jurídica competente pode auxiliar na interpretação da legislação, no cálculo dos valores devidos e na tramitação dos processos junto aos órgãos municipais. Além disso, o advogado pode representar o proprietário ou construtor em eventuais disputas ou contestações, assegurando a defesa dos seus interesses.

A assessoria jurídica também é importante para garantir a conformidade com outras obrigações legais e regulamentares, como a obtenção de licenças e autorizações, o cumprimento de normas ambientais e a regularização fundiária.

Dessa forma, o acompanhamento jurídico contribui para a segurança jurídica e o sucesso dos projetos de construção, minimizando os riscos e os custos associados a eventuais irregularidades ou infrações.

Conclusão

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Advogados imobiliários.

A outorga onerosa do direito de construir é um instrumento essencial para o desenvolvimento urbano sustentável. Compreender suas regras e implicações práticas é vital para proprietários, construtores e gestores públicos.

Neste artigo apresentamos uma visão geral deste mecanismo, destacando sua importância e os principais conceitos envolvidos.

Continue acompanhando nossos conteúdos para se manter informado sobre as melhores práticas no planejamento e construção urbana.

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Autor:

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